"Três homens foram flagrados por uma câmera escondida no elevador de um prédio de luxo quando batiam em um dos moradores. O morador teria recusado a entrega-lhes a carteira recebendo socos e pontapés em seguida."
– Três contra um. Que covardia! Se eu pego um vagabundo covarde desses encho de porrada! – foi a primeira coisa que disse Rodrigo após chegar à cozinha e prestar atenção na reportagem que passava na televisão de quatorze polegadas situada na copa.
– Nossa, isso foi um bom dia? – questionou sua mãe Judite.
– Bom dia, mãe – disse Rodrigo beijando sua mãe por trás no rosto enquanto ela enchia a xícara de café no balcão da cozinha.
– Bom dia, filho. Dormiu bem?
– Sim. Muito bem. Cadê meu pai?
– Ih seu pai já foi. Saiu mais cedo hoje.
Ele prestava atenção em outra notícia que passava. As imagens mostravam uma casa que tinha explodido. A repórter dizia em frente aos escombros da casa:
"O único sobrevivente do acidente, onde uma casa explodiu é um jovem de dezessete anos. Por ser menor de idade seu advogado achou melhor não divulgar sua identidade. O menor está sob custódia do Estado. Mas parece que ele escolheu viver sozinho. Alugou uma quitinete onde paga com o dinheiro recebido pelo seguro de vida dos pais e recebe ajuda psicológica e financeira do governo".
– Nossa que coisa hein, mãe.
– Pois é – disse dona Judite se sentando à mesa.
– Mas ele deve ter algum parente próximo – disse ele enchendo o copo com suco.
– Filho isso aconteceu já há mais de um mês. O jornal só está revisando o caso pra dizer da decisão judicial de como o pobre menino vai viver daqui pra frente. Se você pesquisar esta notícia na internet vai ver que o rapaz perdeu a família toda em um almoço onde todos os familiares estavam na casa dele. Consequentemente todos morreram. Que triste!
– Mas ele não estava no almoço?
– Tinha saído pra andar de bicicleta meia hora antes por ter discutido com o pai.
– Então foi ele quem explodiu a casa.
– Foi não. Foi por vazamento de gás. A perícia já resolveu o caso.
– Pelo menos essa briga serviu pra alguma coisa, pra mantê-lo vivo.
– É mas, imagina como deve estar a cabeça dele.
– É – disse Rodrigo respirando fundo colocando um pedaço de sanduíche na boca.
...
Três anos depois, Júlio retorna ao seu antigo colégio. Olhava ao redor e reconhecia algumas pessoas. Alguns o olhavam e não o reconheciam. Algumas garotas o seguiam com o olhar. Até que deu de cara com uma garota que o reconheceu de imediato.
– Não acredito! É você mesmo, Júlio?
– Claro que sou eu, Natália – disse ele sorrindo.
– Nossa, menino! Como você mudou! – disse ela o abraçando empolgada – Como você está? Está de volta à cidade?
– Estou. Inclusive voltando para meu antigo colégio.
– Que ótimo. Seja bem-vindo de volta!
– Obrigado.
Após se despedir de Natália. Júlio foi andando em direção à sua sala. Já havia conversado com a diretora antes e ela havia lhe dito em qual turma e sala ele estudaria. Sentiu um frio na barriga assim que chegou no corredor de sua sala de aula. Ele sabia que veria novos rostos, mas que também ia rever velhos colegas de classe. Deparou-se ante a porta, respirou fundo e entrou. A sala inteira estava um falatório só. Só havia alunos ali dentro, sem a presença de nenhum professor. A primeira pessoa que Júlio avistou foi Thiago, seu melhor amigo dos tempos antigos, sentado em uma das carteiras da frente. Júlio sorriu aliviado por encontrá-lo ali dentro. Thiago o olhou admirado sem palavras.
– Júlio?
Júlio fez que sim com a cabeça sorridente, envergonhado, ainda mais por ter agora a atenção de toda a turma para si. No mesmo instante, Rodrigo, que estava nos fundos da sala cheio de abraços, beijos e sacanagens com duas garotas, notou a presença de Júlio.
Enquanto os amigos, Júlio e Thiago, se cumprimentavam e conversavam bastante contentes, Priscila, uma das garotas que estavam com Rodrigo, comentou.
– Esse Júlio é o mesmo Júlio que estudou conosco há anos atrás?
– Nossa, como ele tá gato! – exclamou Cíntia boquiaberta, a outra que estava com Rodrigo.
Rodrigo não sabia o que dizer. Ele estava realmente impressionado com a mudança física de Júlio, assim como todos que sabiam como Júlio era anteriormente.
Há três anos, quando Júlio estudava no mesmo colégio, ele era realmente bastante diferente de como está agora. Júlio sofria bullying. Era magrelo, usava óculos e tinha o cabelo grande. Rodrigo falava que ele tinha cara de nerd além se ser muito esquisito.
Era só Júlio ir ao banheiro que Rodrigo ia atrás e fazia escárnio dele. Rodrigo, que sempre foi o galã popular da escola e possuía mais corpo que Júlio, aproveitava-se de sua vantagem corporal para bater em Júlio e intimidá-lo por ser um nerd esquisito. Isso sempre fez Júlio ficar um pouco isolado das pessoas. Thiago sempre o apoiava, mas também sempre teve medo de encarar Rodrigo.
Certa vez, depois da aula de Educação Física, os garotos estavam no banheiro se revezando na ducha. Rodrigo era o que falava mais alto no vestuário. Assim que ele viu Júlio entrar começou a perturbá-lo.
– Olha o nerdizinho aí pessoal! Sempre cabisbaixo, sempre todo sério. Deve tá pensando num plano terrorista para explodir a escola.
Todos começaram a rir. Thiago olhava Júlio todo sério. Queria poder fazer alguma coisa, mas sabia que geral ia cair em cima dele e de Júlio, pois todo mundo idolatrava Rodrigo e ria até do peido dele.
– Rodrigo, me deixa em paz cara! Vai procurar o que fazer.
– Que isso, Júlio? Que baixo astral é esse? Aposto que você é mal humorado assim porque nunca experimentou uma bucetinha molhadinha. Só pode! Nerd desse jeito, deve ser o maior virjão! Chupa uma bucetinha que eu te garanto que você vai ter mais humor na vida. Não vai mais querer saber de outra coisa.
Todos não paravam de rir.
Enquanto Júlio conversava com Thiago era impossível ele não lembrar desses acontecimentos que Rodrigo o fez passar no passado. Rodrigo agora o observava todo atordoado. O nerd que antes ele zoava todos os dias na escola tinha cortado o cabelo, na máquina, não usava mais óculos, e tinha bastante corpo, talvez até mais que ele. Um corpo que parecia ter sido trabalhado por mais de um ano na academia. Rodrigo nem teve coragem de zoá-lo como fazia antigamente. Ficou quieto nem se aproximou dele durante a aula.
A professora de português chegou na sala e deu boas vindas a Júlio. Durante a aula, Rodrigo se pegou olhando para Júlio involuntariamente diversas vezes. Não acreditava que ele tinha mudado tanto. Quando percebia que estava olhando demais para Júlio, Rodrigo arregalava os olhos e tentava se concentrar na aula.
No intervalo Júlio aproveitava para rever outros colegas que conhecia. Num certo momento, estava sentado no banco do pátio conversando com Thiago quando Larissa, a mais cobiçada do colégio, se aproximou dele e o cumprimentou:
– Júlio?
Júlio a olhou impressionado. Nunca tinha sequer dirigido uma palavra com Larissa, mas sempre teve uma queda por ela, assim como o colégio inteiro.
– Sim, Larissa.
– O que te trouxe de volta a esse colégio? – ela perguntou se sentando ao lado dele toda simpática.
– A vida.
– Que bom! Fico feliz por ter você aqui de volta, apesar de a gente nunca ter se falado direito, mas essa pode ser uma oportunidade de tudo ser diferente.
– Também acho – respondeu ele sorridente.
– Seja bem-vindo de volta! – disse ela com os braços abertos esperando um abraço, que Júlio tratou logo de dar. Ela o beijou no rosto durante o abraço e Júlio pôde sentir o quanto cheirosa ela era.
Larissa se levantou e disse:
– Espero que a gente se fale mais vezes.
– Com certeza – respondeu sorridente.
Assim que Larissa se afastou. Thiago deu um empurrãozinho no ombro de Júlio e disse:
– Cara, a Larissa te deu muito mole. Tá podendo hein!
Júlio ficou sorridente. Cara de bobo. Ele se levantou do banco e avisou que iria ao banheiro antes do sinal pra aula tocar.
Júlio entrou no banheiro e urinou. Ao lavar as mãos, observou que dois garotos entraram no banheiro encarando-o.
– Que porra é essa parceiro? – perguntou um deles de braços cruzados.
– Você tá falando de quê? – questionou Júlio com um olhar provocativo.
– Cara, você chega no colégio hoje e acha que já pode se tornar o rei do pedaço. Fica azarando todas as garotas.
Júlio começou a rir. Não acreditava que estava ouvindo aquilo.
– Eu fico no meu canto. Elas que vêm pra cima de mim. Não posso fazer nada – disse provocando-os.
– Ainda por cima se acha né? Puta que pariu!
Júlio aproveitou o descuido deles e conseguiu sair do banheiro. Um deles falou:
– Na hora da saída a gente vai te dar uma liçãozinha pra você se portar no seu lugar.
– Eu me porto do jeito que eu quiser no lugar que eu quiser – disse Júlio indo para a sala de aula. Antes de entrar na sala, foi tomar água no bebedouro. Ao se levantar e secar ao redor da boca com excesso de água, avistou Rodrigo parado com um sorriso sarcástico. Ele estava esperando para também tomar água.
– E aê Nerdizinho, gostando de ter voltado?
Júlio não lhe respondeu nada. Foi direto pra sala de aula.
Quando Rodrigo chegou na sala de aula o professor de Biologia já enchia o quadro com exercícios. Thiago falava para Júlio que depois emprestava seu caderno pare ele tirar cópia de tudo. Rodrigo entrou na sala e logo avistou Júlio do lado de Thiago numa das carteiras da frente. Júlio o olhou, mas logo direcionou o olhar para o quadro.
Quando as aulas daquele dia acabaram. Júlio tratou logo de se apressar para evitar encontrar com os dois garotos que tinham arrumado briga com ele no banheiro. Saiu da sala sem se despedir direito de Thiago. Foi direto ao banheiro e ficou sentado no vaso escondido. Deu um tempo.
Meia hora depois, deduziu que os rapazes já tinha ido embora e que não ficariam no colégio esperando por ele. Saiu do banheiro, sempre olhando ao redor pra ver se via algum deles.
– Ainda no colégio, Nerdizinho? – perguntou Rodrigo que estava sentado no banco do pátio conversando com uma garota. Ele parecia já estar se despedindo dela. Novamente, Júlio não respondeu-lhe, pois odiava o apelido que Rodrigo o dera. Ficava brabo pelo fato dele o chamar assim ainda, mesmo não tendo mais cara de nerd.
Júlio foi em direção ao bicicletário, destravou o cadeado e foi empurrando a bicicleta até o lado de fora do colégio. A rua já não tinha mais nenhum aluno. Quando se preparava para montar. Os algozes apareceram de braços cruzados.
– Ah olha ele aqui. Eu disse que ele estava escondido!
Júlio tentou montar na bicicleta, mas um dos garotos o empurrou o fazendo cair feio no chão. No chão, Júlio acertou com um chute, a canela de um deles, que acabou caindo por cima dele o batendo muito enquanto o outro o chutava. Júlio tentava bater o quanto podia, mas eram dois contra ele. Ele tomou um soco bem próximo à sobrancelha esquerda do garoto que estava no chão, logo sua sobrancelha começou a sangrar. De repente, Rodrigo que saia do colégio na hora, viu a cena de longe e, como sempre detestou covardia, aproximou-se imediatamente da confusão. Já chegou socando o garoto que estava de pé chutando Júlio. Pronto. A briga havia se dividido. Enquanto Júlio brigava com um, Rodrigo brigava com o outro. E como eram mais forte, Júlio e Rodrigo, fizeram os garotos correr muito.
Ofegantes, eles se sentaram no meio-fio e se recuperavam do esforço da luta em silêncio olhando para a esquina de onde os garotos sumiram. Quando estava mais calmo, mas ainda ofegante, Júlio olhou para Rodrigo tentando entender o que estava acontecendo ali. Foi então que resolveu perguntá-lo:
– Por que você fez isso?
– Odeio covardia, Júlio.
Talvez Rodrigo nem tenha percebido que chamou Júlio pelo nome pela primeira vez, mas Júlio percebeu.
– Eu odeio o Jorge também. Na verdade eu estava a fim de enfiar a porrada nele há um tempo já.
– Obrigado por ter me ajudado.
Rodrigo virou pra ele o olhando nos olhos e disse:
– Seu rosto tá sangrando.
Júlio colocou o dedo para conferir e viu sangue no dedo. Nesta hora os inspetores do colégio, João e Marcos, apareceram perguntando o que havia acontecido, mandando os dois pra secretaria na hora.
A secretária Joana, recebeu os garotos em sua sala e ficou assustada ao ver Júlio sangrando. Ela mandou um dos inspetores buscar uma bolsa de gelo para Júlio e mandou o outro chamar a Enfermeira. Quando Júlio já estava com a bolsa de gelo na testa, em cima do ferimento, Rodrigo tentava explicar à diretora o que havia acontecido. Joana disse que não tinha cabimento isso. Rodrigo deu o nome de Jorge e Antônio, com quem eles brigaram e Joana disse que ia tomar as providências cabíveis com eles no dia seguinte.
– Quanto a você, Rodrigo – disse Joana – Vai levar uma notificação para um de seus responsáveis assinar.
– Eu não acredito nisso – disse Rodrigo com a mão na cabeça – E o Júlio, não vai levar notificação? Por quê? Ele é especial? É mais bonito?
Joana olhou para Júlio que estava cabisbaixo e muito triste com a bolsa de gelo no rosto.
– Cala a boca, Rodrigo! E senta aí!
Rodrigo se sentou e ficou resmungando.
A enfermeira apareceu na secretaria. Joana disse que era para ela ver o que fazia no corte de Júlio. A enfermeira chamou Júlio para a enfermaria. Rodrigo ficou na sala com Joana esperando ela terminar de imprimir a notificação e o entregar.
– Só não entendo o porquê de só eu ser punido dessa forma. Ainda mais que eu entrei nessa briga só porque o Júlio estava sendo acovardado – resmungou mais uma vez Rodrigo.
– Aposto que ele queria estar no seu lugar, Rodrigo – disse ela.
– Como assim, no meu lugar? Quem ia querer levar uma notificação pra casa para o responsável assinar? Só doido!
– Você tem visto o jornal Rodrigo? – perguntou ela tirando os óculos e pousando-o sobre a mesa.
– Às vezes, mas por quê? O que o jornal tem a ver com isso, Diretora?
Joana respirou fundo olhando-o séria. Rodrigo ficou assustado e curioso esperando ela dizer.
– Você tomou conhecimento que um garoto perdeu toda sua família, há mais ou menos hum mês atrás, durante um almoço devido a uma explosão causada por escapamento de gás encanado?
– Sim – respondeu Rodrigo com os olhos arregalados e começou a gaguejar – Inclu... sive estava passando uma ma... matéria sobre esse caso hoje cedo.
– Pois é. Esse garoto que a mídia preservou a identidade por ser menor de idade é seu amigo. E eu to te contando isso só porque eu percebi que você é amigo dele. Por que pra entrar numa briga dessa pra defender ele só pode ser seu amigo. E espero que, por você ser amigo do Júlio, não exponha essa história pra ninguém. Se os repórteres o virem na rua começam a fazer um monte de perguntas. O Júlio não tem mais paz depois de tudo o que aconteceu. Nem a mídia entende a dor dele e fica bombardeando-o com perguntas.
– Pois é. Esse garoto que a mídia preservou a identidade por ser menor de idade é seu amigo. E eu to te contando isso só porque eu percebi que você é amigo dele. Por que pra entrar numa briga dessa pra defender ele só pode ser seu amigo. E espero que, por você ser amigo do Júlio, não exponha essa história pra ninguém. Se os repórteres o virem na rua começam a fazer um monte de perguntas. O Júlio não tem mais paz depois de tudo o que aconteceu. Nem a mídia entende a dor dele e fica bombardeando-o com perguntas.
Rodrigo a olhava em choque.
– Agora você entendeu o porquê de só você levar a notificação para seu responsável né?
– Entendo – disse ele olhando para a notificação que estava sobre a mesa com a cara mais acabada do mundo.
– Então, Rodrigo. Agradeça aos céus por você estar levando essa notificação pra casa hoje, pois eu tenho certeza que ele gostaria muito de levar uma notificação dessa pra casa também.
Joana dispensou Rodrigo para ir embora. Ele saiu arrasado. Seu rosto estava pesado. Uma profunda tristeza o invadiu. Ele ficou do lado de fora esperando Júlio sair.
Minutos depois Júlio saiu empurrando sua bicicleta. Ele não tinha visto Rodrigo. Montou na bicicleta e já saia quando Rodrigo o gritou. Júlio olhou para trás com um curativo na testa. Rodrigo se aproximou rapidamente.
– Como ficou sua sobrancelha?
Júlio levantou um pouco o esparadrapo mostrando-lhe.
– Três pontos – disse Júlio cobrindo de volta e indo embora pedalando. Rodrigo o observava pedalando. Ficava se perguntando, onde Júlio morava, com quem ele morava, ficou preocupado se ele iria almoçar naquele dia, quem iria preparar sua comida, já que ele não tem uma mãe o esperando chegar do colégio com a comida pronta. Rodrigo sentiu uma vontade de fazer algo pra ajudar, mas não sabia o quê. Não sabia como.
Júlio virou à direita na esquina e sumiu da visão. Rodrigo foi embora cabisbaixo.
**********
Próximo capítulo:
"Rodrigo aparece na sala sem camiseta, usava apenas um calção de futebol azul.
– Fiquem à vontade gente se quiser tirar a roupa podem tirar – disse ele.
– Ah palhaço – disse Cíntia de olho em seu corpo e reparando no volume de seu pacote. Rodrigo adorava se exibir.
– Quer um short emprestado Júlio?
– Não valeu. Eu tô bem.
– Júlio tá com vergonha de exibir o corpo porque a gente tá aqui – disse Cíntia pra Jéssica.
– Nem é – disse ele sorrindo de leve.
Rodrigo se jogou no sofá do lado de Júlio, mexia no celular.
– Você tem namorada Júlio? – quis saber Jéssica.
Todos olharam pra ele esperando a resposta."
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